terça-feira, 28 de julho de 2009

Raízes e opções

Trecho da tese de Fernando Tonet apresentada na UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
com o título "A CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE E SUA INTERFACE GLOBAL" no ano de 2009.

"Os pensamentos políticos de transformação social são formados por dois pontos básicos,
raiz e opção (SANTOS, Boaventura de Souza. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 2º.ed. Editora Cortez volume 4. São Paulo – SP, 2008, p.62. ), uma primeira descrição de raízes e opções seria o novo e o velho, o duradouro e o curto, segundo Boaventura:
“O pensamento de raízes e o pensamento de tudo aquilo que é profundo,
permanente, único e singular, tudo aquilo que dá segurança e consciência; o
pensamento de opções é o pensamento de tudo aquilo que é variável, efémero,
substituível, possível e indeterminado a partir das raízes”.
O Estado é formado por raízes que conduzem o andamento social, jurídico e político. As
raízes evoluem quando são auto-reflexivas, mas dependem das opções para isso, são elas que dão novos rumos à economia e órgãos políticos. Fato é que um Estado com muitas raízes e poucas opções se torna atrasado mesmo aquelas sendo superioras a estas. Já um Estado formado por
opções e poucas raízes não tem legitimidade alguma, não tem em seu ordenamento uma
positivação necessária que possa sustentar a segurança jurídica e o bem estar do país.
A questão é balizar e balancear as raízes e opções, pois são elas que impulsionam o
sistema para o futuro. Os próprios juristas utilizam-se destes métodos, pois a imaginação e o
conhecimento são capazes de nos levar a mundos distantes sem sair do seu local de raiz, ou seja,
não necessitamos romper com as raízes para encontrarmos novas opções para o futuro".

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