GEOPARQUE DOS CAMPOS GERAIS

Texto publicado no Jornal da Manhã 12/10/2012
http://www.jmnews.com.br/noticias/espaco%20publico/42,26092,12,10,geoparque-dos-campos-gerais.shtml

Há alguns anos ouço comentários sobre a criação de um Geoparque na Região dos Campos Gerais. Ávido por buscar conhecimentos comecei a me informar sobre o tema e percebi que poucas pessoas compreendem a integralidade do projeto ou nem mesmo ouviram falar em Geoparques. De outro lado, diversas pessoas desconhecem a proposta, e outras agarram-se em pontos específicos de interesse, os quais tornam verdades incontestes sobre o todo em prejuízo do conhecimento amplo e da discussão pública, coletiva e transparente de questões de interesse público que podem propiciar um futuro melhor para toda a sociedade.
Recentemente, no 46º Congresso Brasileiro de Geologia foi lançado o Livro “Geoparques do Brasil: propostas – volume I” pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) dos editores Carlos Schobbenhaus e Cássio Roberto da Silva. O estudo descreve propostas de 17 Geoparques de diversas regiões do Brasil, apresentando a contribuição de 55 autores. A maior parte das propostas é resultado do Projeto Geoparques da CPRM, em parceria com outras entidades federais e estaduais, inclusive de docentes de universidades. O primeiro capítulo revela o papel do Serviço Geológico do Brasil na criação de Geoparques e na conservação do patrimônio geológico. Na obra consta a proposta de criação do Geoparque dos Campos Gerais, e o texto foi escrito por Gilson Burigo Guimarães, Mário Sérgio de Melo, Gil Francisco Piekarz, Jasmine cardozo Moreira, Antonio Liccardo e Nair Fernanda Mochiutti.
O acesso a integra do livro pode ser obtido no link:
http://www.cprm.gov.br/publique/media/GEOPARQUESdoBRASIL_propostas.pdf
Na introdução da obra consta uma definição de Geoparque com destaque para o desenvolvimento sustentável da ciência, turismo, economia e sobretudo da educação em seus diversos níveis: “De acordo com a Rede Global de Geoparques, um geoparque representa uma área geográfica onde o patrimônio geológico faz parte de um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Em outras palavras, são territórios abertos sem enquadramento legal, onde sítios geológicos de valor singular do ponto de vista científico, educativo, turístico e outros, criam os meios (geração de renda e empregos) para a preservação do patrimônio geológico. Além de difundirem o conhecimento científico, promovem ações educativas para a popularização das Geociências e dessa maneira dão suporte ao desenvolvimento sustentável através do geoturismo”.
Continuam os autores “Os Geoparques representam uma iniciativa em nível mundial bem sucedida. No ano 2000 eram quatro geoparques em quatro países europeus formando a Rede Europeia de Geoparques. Atualmente são 87 geoparques espalhados em 27 países do mundo, formando a Rede Global de Geoparques sob os auspícios da UNESCO. O Brasil está representado nessa rede pelo Geoparque Araripe, o primeiro das Américas, criado em 2006. O Brasil, no entanto, tem potencial para a criação de novos geoparques, em especial se levarmos em consideração a sua extensão territorial e a sua grande geodiversidade”.
A informação e o conhecimento de toda espécie, bem como a promoção delas, são medidas fundamentais para ampliar o debate transparente, inclusivo, participativo e aberto inclusive sobre a relevância ou não da implantação de Geoparque dos Campos Gerais. Dada a importância da decisão para a cidade de Ponta Grossa e do momento eleitoral de intenso debate público, penso que os candidatos a prefeito tem a mister público de se manifestar sobre o tema.